Hino de Santarém
Letra: Paulo Rodrigues dos Santos (1948)
Música: Wilson Fonseca (1941)
Santarém do meu coração!
Terra mimosa, de paz e de sonhos de amor.
Santarém do meu coração!
Lindo jardim, vivaz canteiro do Céu todo em flor.
Santarém, princesa da luz,
De praias alvas e campinas verdes, rio de anil,
Onde flutuam iáras mil,
Loucas, ao léu na onda azul.
Santarém, meu jardim, meu Pará, Meu Brasil.
Flor das margens virentes,
Formosas, ridentes,
Do meu Tapajós azul
– Azul como o Céu –
Quero cantar meu torrão, Santarém,
Terra de encantos, de amor e de luz,
Onde o Cruzeiro sem véu
Espelha a sombra da Cruz
No Céu.
(Oficializado como Hino de Santarém, pela Lei Municipal nº 245, de 22 de outubro de 1971)
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Hino de Santarém
A música original, de Wilson Fonseca, data de 1941.
Transcrita para piano a 4 mãos (1944), foi interpretada no Centenário de Santarém, elevada à categoria de cidade (1948), pelo próprio compositor e por sua irmã Maria Anita. A marcha já vinha sendo utilizada como tema de abertura nas festas tocadas pelo “Euterpe Jazz”, no Centro Recreativo, tradicional clube social da cidade.
Em 1951, surge outro arranjo para piano a 4 mãos, denominado de “Fantasia sobre o Hino de Santarém”, em que Izoca explora a técnica da variação e outros recursos, bastante apropriados para a música.
Em 1963, Wilson Fonseca compôs, ainda, o arranjo para 4 vozes mistas e piano (1º volume da Obra Musical de Wilson Fonseca, “Coral”, Imprensa Oficial do Estado do Pará, 1977, p. 16-19), bem como para 4 vozes mistas e banda.
E, em 1972, fez o arranjo para 4 vozes mistas e orquestra, ano em que se realizou a Semana de Santarém, no Teatro da Paz, em Belém (PA), quando o Governador do Estado do Pará (Dr. Fernando José de Leão Guilhon) lançou dois discos compactos contendo, além de “Tambatajá” (Waldemar Henrique) e “Hino do Estado do Pará” (José Cândido Gama Malcher), as peças de Wilson Fonseca intituladas “Canção de Minha Saudade” (letra de Wilmar Dias da Fonseca) e “Hino de Santarém” (letra de Paulo Rodrigues dos Santos), gravadas no Rio de Janeiro pela Orquestra Sinfônica Nacional e Coro da Rádio Ministério da Educação e Cultura (MEC), sob a regência do Maestro Nelson Nilo Hack.
O Hino de Santarém, que teve letra a partir de 1948, foi oficializado pela Lei Municipal nº 245/71, de 22.10.1971.
As primeiras palavras do hino, aliás, aproveitadas pelo poeta Paulo, são de autoria do próprio Wilson Fonseca: “Santarém do meu coração”, que revelam o seu amor pela Pérola do Tapajós, repetido em tantas outras composições, verdadeiros clássicos do cancioneiro santareno, algumas consideradas “hinos sentimentais” da terra querida.
O disco também contém duas versões: uma para coral/banda e, outra, apenas para banda, na extraordinária interpretação da Banda Sinfônica “Wilson Fonseca”, com a participação, sempre à altura, do Coral “Expedito Toscano”, da Escola de Música “Maestro Wilson Fonseca”.
Um majestoso final desta coletânea de excelentes músicas, sobretudo de um compositor que, aos 89 anos de idade, ainda aguarda a descoberta da mídia.
É apenas o início da trajetória dos jovens instrumentistas santarenos, na seara da gravação digital. E tão somente uma ligeira amostragem da extensa obra musical de Izoca, autor de mais de 1.500 composições, nos mais variados gêneros da arte de Euterpe. Mas, acima de tudo, uma oferenda musical de Santarém, com sabor de sinfonia amazônica! É um CD indispensável àqueles que primam pela boa música.
(Comentários de Vicente Malheiros da Fonseca, filho de Wilson Fonseca, no encarte do CD “Sinfonia Amazônica” – volume 1, gravado pela Orquestra Jovem e Coral “Maestro Wilson Fonseca”, de Santarém-PA, sob a regência de José Agostinho da Fonseca Neto – maestro Tinho, em 2002).
FONTE:
AUGUSTO.